terça-feira, 5 de maio de 2009

Atrasado Avanço

As tecnologias invadiram nossas vidas. Todos os setores da sociedade sentiram o avanço tecnológico. No hospital, no supermercado, no ônibus, no nosso modo de comunicar, tudo foi transformado pelas tecnologias. É um pouco estranho, meio confuso, rápido demais. De um lado a voraz corrida dessas máquinas. Por outro, seres humanos mais máquinas do que humanos. Fome, doença, ignorância e falta de compaixão. A vida não é mais vida. É tecno-vida. Enquanto essa ilusão tecnológica encanta mentes e corpos, a realidade cruel mata, mutila e oprime. A capacidade de reação às injustiças e à exclusão é deletada. O mundo virtual. Pelas telas enxergamos tudo, até o que está bem distante. Mas o que assistimos como um fato isolado, longe, está aqui bem perto, presente. Será que as máquinas nos dominaram? Esse benefícios da inovação são de graça? Estamos pagando caro. O nosso dia-a-dia não é mais normal. Um ritmo industrial. Tudo acontece muito depressa. O jornal impresso vai morrer, disse o Ziraldo. O conforto é que segundo ele o livro sobreviverá. Mas quem vai ter saco para ler palavras impressas? Se está tudo na tela, porque ler pelo livro? A leitura será mediada pelas telas. Acredite, até mesmo no banheiro, naquela sagrada hora do alívio você estará diante de uma tela. Fique atento, pode ser uma câmera. Se vai para o Youtube... Amanhã vai ter que dar muitos autógrafos. É o digital. Sua digital selecionará o texto. Mas lamentar porque? Quantas árvores são assassinadas para a impressão de um jornal? Pensando bem, as tecnologias são ecologicamente corretas. O que é feito com as baterias e pilhas que não servem mais? Recolhidas pela coleta seletiva. Além disso, o lixo tecnológico também gera empregos, os catadores de materiais recicláveis ganham uma boa grana. O presidente até comprou carrinhos motorizados. É o avanço. A tecnologia a serviço do povo. Milhões de possibilidades e milhões de miseráveis. Avanço e retrocesso. Como promover o equilíbrio entre a tecnologia e os sentimentos? A indústria produz não pelo avanço do social e sim pelo crescimento do capital. Se esse ritmo continuar, o avanço será um atraso.

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